Você sabia que existem quilombolas remanescentes no Sertão Carioca?

 



Imagine um lugar no Rio de Janeiro onde a natureza se mistura com histórias antigas, cheias de coragem, cultura e amor pela terra. Esse lugar existe — e se chama Sertão Carioca, uma parte da cidade escondida entre montanhas, nascentes e florestas, onde vivem comunidades quilombolas remanescentes.

Mas... o que são quilombolas? 🤔

Os quilombos nasceram há muito tempo, quando pessoas negras escravizadas fugiam das fazendas e construíam, nas matas e serras, comunidades livres, onde podiam viver com dignidade, plantar, cantar e celebrar suas raízes. Esses lugares eram refúgios de liberdade!
Hoje, os quilombolas remanescentes são os descendentes diretos dessas pessoas — e continuam preservando tradições, memórias e um modo de vida em harmonia com a natureza.

 No coração verde do Rio

No meio do Maciço da Pedra Branca, um imenso parque natural que cobre boa parte da Zona Oeste, vivem três dessas comunidades que mantêm viva essa herança:

 Quilombo do Camorim

Entre as árvores e riachos de Jacarepaguá, o Camorim guarda uma das histórias mais antigas do Rio. Ali, as famílias quilombolas preservam receitas, festas e saberes que atravessaram gerações. É um lugar de fé, cultura e natureza viva — quase um pedacinho de tempo guardado no coração da cidade.

 Quilombo Dona Bilina

No Rio da Prata, em Campo Grande, o Quilombo Dona Bilina é conhecido por sua força feminina e pelo cuidado com a terra. As pessoas dali cuidam de hortas, ensinam crianças sobre a natureza e celebram o legado de seus antepassados. O nome homenageia uma matriarca, símbolo de resistência e carinho comunitário.

Quilombo Cafundá-Astrogilda

Pertinho do Parque Estadual da Pedra Branca, o Cafundá-Astrogilda é um oásis de cultura, com histórias contadas em volta do fogão a lenha e caminhos que ligam passado e presente. Lá, a tradição é uma forma de viver — com respeito à mata, às águas e à memória.

 Por que isso importa para todos nós?

Esses quilombos não são apenas “lugares antigos”. Eles são escolas vivas de como respeitar o meio ambiente, valorizar os mais velhos e manter laços comunitários fortes.
Eles nos lembram que o Brasil não começou nas cidades modernas, mas nos encontros entre povos, nas lutas por liberdade e na beleza de quem nunca desistiu de ser quem é.

Curiosidade para levar no coração

  • Você sabia que muitos nomes de bairros e rios do Rio vêm de antigas comunidades quilombolas e indígenas?

  • E que o Maciço da Pedra Branca tem uma das maiores florestas urbanas do mundo — e dentro dela, famílias que vivem ali há séculos?

  • Ou que o samba, o jongo e o caxambu nasceram de tradições que ainda ecoam nesses quilombos?

Visitar (ou aprender sobre) esses lugares é como abrir um livro mágico sobre o passado — e descobrir que o futuro depende de como cuidamos dessas histórias hoje.